Thursday 24 September 2009

... quando o mundo parece estar a acabar, nada como ter um bom grupo de sacanas à mão.


«Say "auf Wiedersehen" to your Nazi balls!»


Thursday 10 September 2009

O que é que passa pela cabeça de uma pessoa enquanto caminha durante treze quilómetros? Será que os pensamentos também se distraem com a paisagem, com o mar, com as ondas, com o céu, com as outras pessoas que andam ao nosso lado, que correm ou que pedalam? O silêncio não é total, há sempre um carro ou outro a passar na estrada, mas há alturas do caminho em que só ouvimos o mar, o vento, as nossas vozes a serem levadas pelo vento e, já muito ao longe, o toque de alarme de um farol. E por ínfimos segundos, o cérebro concentra-se, os neurónios reunem-se para um só pensamento, e somos invadidos por uma enorme onda de ansiedade. Ânsia para vermos a meta, o destino final, o horizonte a transformar-se em todos os nossos sonhos. Seria bom que bastassem apenas uns míseros treze quilómetros para que tudo se tornasse cristalino e tão óbvio que nem pareceria que o caminho tinha passado de uma pequena ruela para uma enorme recta islandesa. Sem gravilha, é certo, pelo menos não no sentido físico a que estamos habituados. Mas outros nevoeiros se levantam, outras nuvens negras vão surgindo, relâmpagos aparecem do nada, tudo meros sinais de uma provação que acaba de começar. A mente ressente-se, nada se consegue sem esforço, e os músculos gritam por todos os lados, rebeliando-se contra qualquer milímetro de avanço que nos atrevamos a dar. É uma luta fraticida, pois somos nós contra nós próprios, mind over matter e todas essas merdas de pacotilha que não passam de páginas mal impressas em livros de prateleira de hipermercado. Mas no final do dia, e quando limpamos o suor da testa, e esticamos todos os músculos do corpo até ao ponto em que parece que vamos quebrar em mil e um bocados, o nevoeiro fugiu, as nuvens negras dissiparam-se, os relâmpagos não passam de pequenos raios que saltam na superfície do sol que brilha e que nos aquece, qual amigo que nos suporta, espera por nós e que praticamente nos pega ao colo, dando tanto de si que quase parecemos um. Até ao momento em que cruzamos a linha de chegada e sorrimos o sorriso dos justos, dos que merecem ser felizes, no matter what...

(a dobrar)

E verdadeiramente, o mundo começou à quinta-feira.