Friday, 19 February 2010

Primeiras impressões

Estou a deixar a minha primeira impressão num blog, que surgiu numa tarde estupida num café qualquer. Como as primeiras impressões são importantes, vou deixar uma que fique para sempre. E é claro que para isso acontecer, tenho que escolher uma daquelas verdades feitas, frases que repete quem gosta de parecer intelingente.. pois aqui fica para gáudio dos três:

A verdade é que o mundo nem sequer existe, que a nossa consciência é uma ilusão e que passamos a vida a enganar-nos.. por isso como pode acabar à quinta-feira?

Amanhã vou sair de casa às 05:00 e vou pintar uma escola abandonada, numa aldeia abandonada ao Norte de Luanda. E vai ser tão bom ver mais tarde aquelas paredes sujas.. mais importante do que passar pinceis pela parede é saber que uma criança passará por lá a correr, raspará, sujará com terra e com pneus que os meninos lá da aldeia usam para brincar..

Há todo um mundo que morre às quintas-feiras porque nos faz dormir a consciência, mas há todo um mundo novo que começa às sextas, com esperança nas mãozitas futuras de meninos que vão sujar uma parede que se pinta com amor.

2 comments:

RF said...

Quando e se te for visitar aí, também quero ir pintar paredes de escolas (não me lembro que alguma vez comentei contigo, mas volta e meia penso em ter umas férias diferentes e fazer uma coisa semelhante).

Bjs
RF

P.S. A tarde não foi estúpida, foi de convívio e descontraída, daquelas que aproximam as pessoas :)

Nuno Guronsan said...

Algumas palavras podem, de facto, mudar a forma como se começa um dia. Ou como se começa todo um mundo, um mundo apenas feito de paredes que animam a alma de seres humanos que apenas agora começam a dar os seus primeiros passos num planeta que tem tanto de belo como de injusto. Valha-nos haver pessoas que não vivem de ilusões e que ainda acreditam que há algo mais para lá das quintas-feiras...

Gostei. Podes continuar. :)

Beijos. Grandes. Cheios de saudade de tempos mais simples.

(PS - ontem fizeste, mais uma vez falta, tanta como a que imagino que nós faríamos aí, de trincha na mão.)