Tuesday, 25 October 2011
A chávena de chá estava quente, quente o suficiente para lhe queimar os lábios quando tentou beber o primeiro gole. Retraiu-se retraindo uma espécie de lágrima. Precisava de conforto e naquele momento aquela chávena de chá era o seu cobertor, o seu sofá o seu abraço profundo. Respirou fundo, não podia dizer que estivesse triste, não, naqueles últimos tempos era acometido por uma sensação de estar, apenas estar, como se tivesse ultrapassado a tristeza, a desilusão, e tudo mais, e apenas sobrasse uma resignação mansa.
Thursday, 20 October 2011
"E agora, com quem me aborreço?
Como abraço essa tua mania de passear pela vida,
desajeitando os dias?
Deixaste as luzes acesas.
As migalhas no chão.
A camisola amarrotada.
A toalha fora do sítio.
As minhas noites em desalinho.
As horas, vadias.
Anda.
Tenho saudades de arrumar o teu mundo.
(Mais um Outubro. Consta que amanhã o mundo vai acabar. Outra vez. Não faz mal, até porque hoje já houve momentos de felicidade suficientes para uma vida inteira. Creio eu.)
Como abraço essa tua mania de passear pela vida,
desajeitando os dias?
Deixaste as luzes acesas.
As migalhas no chão.
A camisola amarrotada.
A toalha fora do sítio.
As minhas noites em desalinho.
As horas, vadias.
Anda.
Tenho saudades de arrumar o teu mundo.
Miguel Carvalho
(Mais um Outubro. Consta que amanhã o mundo vai acabar. Outra vez. Não faz mal, até porque hoje já houve momentos de felicidade suficientes para uma vida inteira. Creio eu.)
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