Thursday, 24 July 2014

Caiste desamparada no asfalto quente da nossa rua. A rua onde morámos mais anos do que em outro qualquer lugar das nossas vidas. Quando me apercebi da tua queda já era tarde, tão tarde para te agarrar. Apenas tive tempo de largar a bengala que me amparava e prostar-me também caído ao teu lado. Os dois, lado a lado, jazíamos olhando nos olhos um do outro. O meu olhar perdido no teu olhar distante, perdido. Segurei a tua mão, numa vã tentativa de te tranquilizar, de te dizer sem palavras que a ajuda estava a caminho, que iríamos ser salvos deste chão que nos queimava a face. De te tentar esconder a verdade, crua e cruel. Que a ajuda chegaria tarde, pelo menos para um de nós. Que estes olhares e estas palavras que te sussurrava seriam as últimas coisas que alguma vez verias e escutarias. Que a tua vida terminaria ali, ao meu lado, mas não ao mesmo tempo que a minha. Que eu ainda iria ficar aqui, para te recordar, para te amar, para viver sem ti o resto dos meus dias. Que a tua respiração terminava aqui e agora, que a minha dor estava prestes a começar. Adeus, meu amor.



Wednesday, 9 July 2014

Não me apetece muito mas tem de ser, e passado algum tempo tempo a falta de vontade passa, e dá lugar a um ânimo por vezes acanhado, por vezes senhor de si mesmo. 

E se devo algo a alguém, é a mim. Por isso as desculpas ficam para outro dia, se as houver.

Sunday, 6 July 2014

Não é fácil explicar, não por palavras. É mais daquelas coisas que se sente, que se explica com silêncios e conversas interiores povoadas de diálogo acessos, às vezes inócuos, outras cheios de impacto, de zangas mansas connosco mesmos.

Não, não é daquelas coisas fáceis de explicar, pronunciada, perde encanto, torna-se insípida. Poluída de detalhes, é pontuada por banalidade morna. Talvez por isso fale sem dizer, partilhe por códigos sem chave, divague. Ou talvez o sentido seja só para mim, só meu. Guardiã dos meus próprios pensamentos, que têm mais de pessoais, do que secretos.

Thursday, 8 May 2014

"there's one thing that I should remember
there is a light at the end of the tunnel"



Sunday, 2 March 2014

(Convite inesperado, aceite apesar do cansaço, aceite porque às vezes a vida envolve-nos, surpreende-nos, enchendo-nos a alma, e talvez fosse esse o caso...)


 (... cansaço esquecido aos primeiros acordes, pele acordada pela vibração, ombro oscilante, alma à espreita nos olhos e num sorriso aberto que se sente e não se explica...)




(um bilhete que valeu todos os cêntimos e um concerto carregado da magia da música ao vivo, do acordeão e todos os restantes instrumentos que povoaram a noite. Parece que a música quer marcar presença na minha vida aos Sábados à noite, e é bem-vinda).

Sunday, 23 February 2014


(o que se diga, o que se escreva é pequeno, redutor do que a alma experimenta, dos diálogos interiores que se originam, que nada têm a ver com a tristeza ou a dor. Comunhão em nome próprio, passível de ser partilhada, interpretada por cada um da sua - muito particular - forma)


(Há acasos, como um simples zapping, que ecoam pela vida)

Thursday, 2 January 2014


(ou como o meu coração ainda acredita em história de amor eternas...

"Legendary hearts
tear us all apart
make our emotions bleed
crying out in need")