Os últimos dias têm visto o mundo quase que renascer à minha volta. Pode mesmo dizer-se que as nuvens se têm afastado para dar lugar a coisas nunca antes vistas e que me têm deixado de boca aberta, perante a beleza de locais, pessoas, sons, e visões que eu nunca esperaria ver.
Terei entrado para a quinta dimensão? Se isso aconteceu de facto, nada tem a ver com a quinta dimensão a que fui acostumado, onde se entrava para mundos onde a razão deixava de existir, onde extraterrestres se preparavam para nos cozinhar em lume brando, onde nos tornávamos na única pessoa à face da terra, ou simplesmente deixávamos de ter o aspecto que sempre tivémos para nos transformarmos no pior dos nossos mais horrendos pesadelos.
Poderá haver uma quinta dimensão genericamente boa, estilo good cop, bad cop? Se há, ela acabou de entrar pelo meu próprio mundo adentro. E trata-se de uma invasão muito bem-vinda. Enquanto isso implicar viagens além-linha, caminhos percorridos a pé sem cansaço, notícias profissionalmente inesperadas e quase a roçar o surrealista, sons inebriantes e quentes, danças desajeitadas mas impelidas pela força do nosso coração, e a luz constante a banhar as nossas faces, terei sempre o maior gosto em ser o convidado especial desta quinta dimensão.
Até porque o mundo já tem demasiadas coisas a funcionarem a apenas duas dimensões, sem profundidade ou perspectivas decentes.
Thursday, 26 February 2009
Tuesday, 24 February 2009
O carnaval nunca me disse muito e não fosse o calendário marcá-lo e o feriado, que não é feriado, mas toda a gente goza como se fosse, passaria certamente despercebido na minha vida.
Acho que nem quando era criança tinha um grande apego há possibilidade de me mascarar, pelo menos não tenho grandes recordações disso (o que já por si é revelador), sempre gostei mais de sonhar e imaginar.
Lembro-me, no entanto, de duas coisas (pelo menos assim de repente): um vestido de espanhola, azul com bolas brancas e alguns folhos nas mangas e bainha, e um chapéu de palha que em conjunto com um lenço me possibilitou mascarar de camponesa (recordação esta herdada de uma fotografia a preto e branco que a minha avó guardava na cozinha). Mas isso é outra conversa, para outro dia.
Como a minha indiferença pelo carnaval não é partilhada pela maioria das pessoas (principalmente as que têm filhos, e a meu crer não têm grande solução) hoje fui banhada com multidões (de relance) e trânsito (bem perto), o que noutra altura, noutro momento, poderia ter-me desgastado, anulado o efeito do passeio.
Mas também tive direito a sol, vento, mar e verde a perder de vista, numa mistura quase perfeita. Fundi-me na paisagem (tal como quis fazer quando a protagonista de um filme que vi há pouco tempo passava por arbustos e árvores) estiquei os braços em direcção ao mar, respirei.
Parece que pouco a pouco, o meu cansaço vai ter um fim... e talvez então me debruce sobre os males do mundo...
Acho que nem quando era criança tinha um grande apego há possibilidade de me mascarar, pelo menos não tenho grandes recordações disso (o que já por si é revelador), sempre gostei mais de sonhar e imaginar.
Lembro-me, no entanto, de duas coisas (pelo menos assim de repente): um vestido de espanhola, azul com bolas brancas e alguns folhos nas mangas e bainha, e um chapéu de palha que em conjunto com um lenço me possibilitou mascarar de camponesa (recordação esta herdada de uma fotografia a preto e branco que a minha avó guardava na cozinha). Mas isso é outra conversa, para outro dia.
Como a minha indiferença pelo carnaval não é partilhada pela maioria das pessoas (principalmente as que têm filhos, e a meu crer não têm grande solução) hoje fui banhada com multidões (de relance) e trânsito (bem perto), o que noutra altura, noutro momento, poderia ter-me desgastado, anulado o efeito do passeio.
Mas também tive direito a sol, vento, mar e verde a perder de vista, numa mistura quase perfeita. Fundi-me na paisagem (tal como quis fazer quando a protagonista de um filme que vi há pouco tempo passava por arbustos e árvores) estiquei os braços em direcção ao mar, respirei.
Parece que pouco a pouco, o meu cansaço vai ter um fim... e talvez então me debruce sobre os males do mundo...
Thursday, 12 February 2009
Tenho uma enorme dor de cabeça neste preciso momento.
E tenho a ligeira impressão que o culpado é o Darwin.
Afinal de contas, se não fosse a teoria da evolução, estaria agora mesmo a baloiçar de ramo em ramo, numa qualquer selva africana, sem uma preocupação que fosse, e muito menos com uma dor de cabeça deste tamanho.
E sim, definitivamente, atribuo a culpa ao Darwin.
E se pudesse, estaria agora a puxar-lhe as barbas. E a gritar-lhe aos ouvidos que nunca devia ter posto o pé nas Galápagos. Que as tartarugas e as iguanas mereciam a sua paz anónima e nunca quiseram ficar debaixo dos holofotes da fama científica.
E esta dor de cabeça que não vai embora.
Acho que os meus neurónios estão a cometer suicídio em massa...
... e sim, o culpado de tudo isto chama-se Charles Darwin mais as suas teorias...
E tenho a ligeira impressão que o culpado é o Darwin.
Afinal de contas, se não fosse a teoria da evolução, estaria agora mesmo a baloiçar de ramo em ramo, numa qualquer selva africana, sem uma preocupação que fosse, e muito menos com uma dor de cabeça deste tamanho.
E sim, definitivamente, atribuo a culpa ao Darwin.
E se pudesse, estaria agora a puxar-lhe as barbas. E a gritar-lhe aos ouvidos que nunca devia ter posto o pé nas Galápagos. Que as tartarugas e as iguanas mereciam a sua paz anónima e nunca quiseram ficar debaixo dos holofotes da fama científica.
E esta dor de cabeça que não vai embora.
Acho que os meus neurónios estão a cometer suicídio em massa...
... e sim, o culpado de tudo isto chama-se Charles Darwin mais as suas teorias...
Sunday, 8 February 2009
Há dias assim, em que a chuva e o nevoeiro aconchegam, e a alma se reconforta com pequenos nadas. Dias em que as reuniões familiares não são uma obrigação, mas um privilégio da vida. Em que os risos à volta da mesa, trazem ao de cima o melhor que há em nós. Dias em que o universo reconhece que o nosso limite estava ali, logo ao virar da esquina e nos brinda com simplicidade e encanto. Apenas por momentos. Os suficientes, para serem apreciados, e não menosprezados. Para ficarem na memória.
E sim, provavelmente o mundo amanhã entrará sem pedir licença... com barulhos, trânsito e desconsiderações, mas do alto do meu sofá, com direito a manta, e memórias recentes, tenho um bem-estar gordo e preenchido que não se esgotará facilmente.
(peço desculpa pelo plágio das 3 primeiras palavras - do qual só me apercebi depois de escrever-. E sim, definitivamente a quinta-feira não é meu dia)
E sim, provavelmente o mundo amanhã entrará sem pedir licença... com barulhos, trânsito e desconsiderações, mas do alto do meu sofá, com direito a manta, e memórias recentes, tenho um bem-estar gordo e preenchido que não se esgotará facilmente.
(peço desculpa pelo plágio das 3 primeiras palavras - do qual só me apercebi depois de escrever-. E sim, definitivamente a quinta-feira não é meu dia)
Thursday, 5 February 2009
Aproveitando um raro momento em que, aqui no campo, a chuva parou e há inclusive raios de sol intenso a entrar pelos vidros do escritório, venho só avisar que hoje o mundo está bem vivo...
... isto é, excepto para os pobres porcos, vacas e quejando que "doaram" partes várias de si próprios que estão agora mesmo a ser colocadas em cima da grelha.
Há dias assim, como dizia o outro, em que as lágrimas dos raios solares estão enxutas e o ar é bastante mais respirável, e até parece que a crise, seja ela qual for, decidiu poupar-nos por um dia e deixar descansar os nosso espíritos mais consumistas...
... isto é, excepto para os pobres porcos, vacas e quejando que "doaram" partes várias de si próprios que estão agora mesmo a ser colocadas em cima da grelha.
Há dias assim, como dizia o outro, em que as lágrimas dos raios solares estão enxutas e o ar é bastante mais respirável, e até parece que a crise, seja ela qual for, decidiu poupar-nos por um dia e deixar descansar os nosso espíritos mais consumistas...
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