O carnaval nunca me disse muito e não fosse o calendário marcá-lo e o feriado, que não é feriado, mas toda a gente goza como se fosse, passaria certamente despercebido na minha vida.
Acho que nem quando era criança tinha um grande apego há possibilidade de me mascarar, pelo menos não tenho grandes recordações disso (o que já por si é revelador), sempre gostei mais de sonhar e imaginar.
Lembro-me, no entanto, de duas coisas (pelo menos assim de repente): um vestido de espanhola, azul com bolas brancas e alguns folhos nas mangas e bainha, e um chapéu de palha que em conjunto com um lenço me possibilitou mascarar de camponesa (recordação esta herdada de uma fotografia a preto e branco que a minha avó guardava na cozinha). Mas isso é outra conversa, para outro dia.
Como a minha indiferença pelo carnaval não é partilhada pela maioria das pessoas (principalmente as que têm filhos, e a meu crer não têm grande solução) hoje fui banhada com multidões (de relance) e trânsito (bem perto), o que noutra altura, noutro momento, poderia ter-me desgastado, anulado o efeito do passeio.
Mas também tive direito a sol, vento, mar e verde a perder de vista, numa mistura quase perfeita. Fundi-me na paisagem (tal como quis fazer quando a protagonista de um filme que vi há pouco tempo passava por arbustos e árvores) estiquei os braços em direcção ao mar, respirei.
Parece que pouco a pouco, o meu cansaço vai ter um fim... e talvez então me debruce sobre os males do mundo...
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1 comment:
O sol é um óptimo antibiótico, senão o melhor. A luz é sempre uma excelente forma de acabar com qualquer angústia que nos oprima, e é capaz de nos pôr a olhar para o mundo de outra maneira.
O meu fds também foi assim.
Beijos.
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