Wednesday 28 January 2009

Bom, e cá estou eu, novamente, num dia que não uma quinta-feira (não faz mal as palavras não têm calendário predefinido, nem se importam se me adianto ou me atraso).

O tema de hoje não é de grande importância para o mundo (mas que revela muito da falta de noção geral, revela), mas têm alguma para mim.
Não compreendo a necessidade/facilidade/alheamento que leva as pessoas a discutirem a sua vida (pessoal, profissional, intima...) numa mesa de restaurante, num canto de um café, com um tom de voz que torna difícil ao mais bem-intencionado comum dos mortais não ouvir a conversa.

E não, não é do ocasional desabafo, que estamos a falar... de uma frase aqui e ali, do convívio (necessário e a fomentar)...

Trata-se de uma poluição sonora que contamina a refeição e a leveza de estar dos vizinhos do lado que inocentemente se deslocaram ali com a intenção de relaxar e esquecer os seus próprios males (se os houver) e deparam-se agora com uma veemente dificuldade em se ouvirem a si próprios.

Será possível que não há outros sítios para discutir e acusar o outro de patéticas maldades empresariais, escamotear as suas acções, gritando para todos ouçam e condenem, praticando assim também um pouco da maldade que se critica?

Será que não pode partilhar a depressão ou histerismo (com direito a ameaças, gritos e choros) com os nossos amigos,
dentro de quatro paredes?

Talvez seja da conjunção entre a minha actual falta de paciência e o meu íman karmico (sim, pelo menos 2 vezes em 2 saídas seguidas), mas não acho isto normal.

E como sou humana (e como já referi um espécime bastante cansado no momento), tive me controlar para não interromper tão entusiásticas telenovelas e solicitar pelo silêncio ruidoso que habita nos espaços públicos e nos dá uma sensação de privacidade.

3 comments:

Nuno Guronsan said...

Quem te manda a ti ter os sentidos tão apurados? Será que desconheces a existência do todo-poderoso I-pod, capaz de anular todos os sons do mundo exterior? Ai, gurua, gurua...

Isso de resolver as coisas "dentro de quatro paredes" soa-me um bocado a Estado Novo. Hoje deve ser-se claro e fazer tudo à luz do dia. Ou não estivéssemos nós no tempo do Big Brother... :)

Beijos e desejos de refeições mais sossegadas.

PenaBranca said...

pois eu só quero citar uma professora de contabilidade que tive no 10º ano, não que alguma vez tenha concordado com ela: "só ouvimos o que queremos", dizia. ela era uma palhaça, e se calhar disse isso a uma quinta-feira. se calhar até era ela que estava fora das quatro paredes da sua jaula.

RF said...

Pois também não concordo com a tua Professora de Contabilidade. Às vezes por muito que queiramos não conseguimos não ouvir o que se passa ao lado.

E Nuno, não tenho qualquer afinidade com o Estado Novo, só acho que certas coisas não são para se discutir em plenário de estranhos, e que portanto o mínimo que se pode fazer é ajustar o volume.

:)

Bjs